A Doença de Parkinson (DP) é um distúrbio do movimento neurodegenerativo, multi sistêmico, crônico e progressivo. Os principais sintomas motores se constituem em bradicinesia, tremores de repouso, rigidez muscular e alterações posturais.
Estes distúrbios são, provavelmente, preditores para as dificuldades para a realização da marcha, causando alterações na velocidade e no equilíbrio, gerando instabilidade estática e dinâmica.
O manejo atual dos distúrbios da marcha na DP com exercícios orientados a tarefas, ou seja, específico para cada atividade, têm se mostrado eficazes. O objetivo da fisioterapia na DP é permitir que os pacientes melhorem ou mantenham seu nível máximo de independência e mobilidade para suas atividades cotidianas.
Sendo assim, os resultados do treinamento para marcha, analisando-se a gravidade da doença motora, demonstram resultados positivos. Ao comparar o treinamento de marcha com outros tratamentos, uma redução na gravidade da doença motora foi encontrada para o treinamento de marcha específico em comparação com o exercício geral.
Além disso, analisando a velocidade da marcha, as intervenções focadas no treinamento de marcha produziram melhorias para a velocidade, enquanto outras intervenções (exercícios gerais, terapia convencional, PNF) não. Estudos com o treinamento em esteira em declive apresentaram melhoria na velocidade quando comparados com a terapia convencional.
Ainda existem muitos questionamentos em relação à reabilitação da DP. Quanto à variabilidade na dosagem do treinamento de marcha entre os estudos, a dosagem ideal não foi determinada. Contudo, é possível observar o benefício do treinamento de marcha quando implementado de 20 a 60 minutos, 3 a 5 dias por semana, durante 4 a 12 semanas.
Ao comparar diferentes tipos de treinamento de marcha em um estudo, descobriram que a gravidade da doença motora foi reduzida com as intervenções de treinamento de marcha.
Além disso, ao comparar o treinamento de marcha com outros tratamentos, uma redução na gravidade da doença motora foi encontrada para o treinamento de marcha (esteira giratória de caminhada curvada) em comparação com o exercício geral.
Logo, foi demonstrado que o treinamento de marcha reduz a gravidade da doença motora em indivíduos com DP. E pode-se implementar o treinamento de marcha para reduzir a gravidade da doença motora e melhorar o comprimento da passada, velocidade da marcha, mobilidade e equilíbrio em indivíduos com DP.
Referências:
PICELLI, Alessandro et al. Robot-assisted gait training is not superior to balance training for improving postural instability in patients with mild to moderate Parkinson’s disease: a single-blind randomized controlled trial. Clinical rehabilitation, v. 29, n. 4, p. 339-347, 2015.
MONTEIRO, Elren Passos et al. Aspectos biomecânicos da locomoção de pessoas com doença de Parkinson: revisão narrativa. Revista Brasileira de Ciencias do Esporte, v. 39, n. 4, p. 450–457, 2017.
OSBORNE, J. A. et al. Physical Therapist Management of Parkinson Disease: A Clinical Practice Guideline From the American Physical Therapy Association. Physical Therapy, v. 102, n. 4, p. 1–36, 2022.
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