A Síndrome de Guillain-Barré (SGB) se trata de uma polineuropatia inflamatória aguda, de característica desmielinizante.
Ela surge a partir de uma resposta autoimune aos nervos periféricos e é caracterizada geralmente por uma fraqueza ascendente simétrica dos membros, distúrbios sensoriais e reflexos tendinosos ausentes ou reduzidos.
É considerada a causa mais comum de paralisia flácida e apresenta uma incidência de 1-2 casos para cada 100 mil habitantes. Acomete adultos e crianças de ambos os sexos.
Sua etiologia é autoimune pós-infecciosa. O diagnóstico é através do exame clínico, eletroneuromiografia e análise do líquido cefalorraquidiano.
Em relação ao quadro clínico os indivíduos acometidos irão apresentar parestesia progressiva e simétrica de distal para proximal, plegia ou paresia progressiva, hipoestesia ou anestesia, hiporreflexia ou arreflexia, mialgias, insuficiência respiratória aguda devido a plegia do diafragma, paresia orofaríngea e facial, fraqueza oculomotora, ataxia e arreflexia.
Esses pacientes podem apresentar também disfunções autonômicas, como flutuações na pressão arterial, arritmias, disfunção vasomotora, incontinência fecal, retenção urinária, disfunção sexual, rubor facial, anormalidades pupilares, broncoespasmo, desregulação da temperatura e desregulação da motilidade gastrointestinal.
A SGB possuí três fases, a primeira é a de instalação que ocorre nas primeiras 24 à 48 horas e a sintomatologia se caracteriza por parestesia e mialgia. Após 72 horas acontece a fase de estado, onde a doença já está instalada e o indivíduo poderá apresentar parestesia, paresia e plegia, e em cerca de 6 meses ocorre a fase de recuperação.
Pacientes acometidos pela SGB geralmente apresentam um bom prognóstico, após a fase aguda tendem a ter um melhor desempenho funcional.
O tratamento fisioterapêutico consiste em melhorar a força e a resistência muscular, o controle postural, a coordenação motora, a propriocepção, o tônus muscular, manter/melhorar o trofismo muscular, diminuir o tempo de recuperação dos pacientes, minimizar as sequelas motoras e respiratórias, auxiliando assim para uma melhor qualidade de vida.
FONTE: WIJDICKS, Eelco FM; KLEIN, Christopher J. Guillain-barre syndrome. In: Mayo Clinic Proceedings. Elsevier, 2017. p. 467-479.
ZAEEM, Zoya; SIDDIQI, Zaeem A.; ZOCHODNE, Douglas W. Autonomic involvement in Guillain–Barré syndrome: an update. Clinical Autonomic Research, v. 29, n. 3, p. 289-299, 2019.
JASTI, Anil K. et al. Guillain-Barré syndrome: causes, immunopathogenic mechanisms and treatment. Expert review of clinical immunology, v. 12, n. 11, p. 1175-1189, 2016.
COSTA, Paula Roberta Ferreira; RODRIGUES, Chirley Silva; DA SILVA, Karla Camila Correia. Análise da atuação fisioterapêutica nas sequelas motoras da Síndrome de Guillain-Barré: uma revisão bibliográfica. Scire Salutis, v. 7, n. 2, p. 42-49, 2017.